março 26, 2010

Sexo, drogas e brigas familiares na história da menina meiga que tramou a morte dos pais .

No início de setembro, o 12º Batalhão da Polícia Militar de São Paulo foi chamado para apartar uma briga numa casa em Campo Belo, bairro de classe média na Zona Sul de São Paulo. Os policiais chegaram ao lugar às 2 da manhã. Encontraram o engenheiro Manfred von Richthofen no portão, vestindo bermudas, camisa e chinelos. Transtornado, Manfred batia boca com o namorado da filha, Daniel Cravinhos, de 21 anos. A garota, Suzane, de 19 anos, tentava acalmá-los. Aos poucos, os ânimos esfriaram. Mas pai e namorado saíram da discussão remoendo pequenas ameaças. 'Qualquer dia desses ainda quebro esse moleque', disse Manfred a um dos policiais. Um pouco menos calmo, Daniel contou que o engenheiro ameaçava bater na filha se eles continuassem o namoro. 'Tenho vontade de pegar esse velho', afirmou. Era a terceira intervenção da polícia em brigas entre os dois. Em maio e junho, telefonemas anônimos já haviam pedido ajuda para confusões semelhantes. O motivo era sempre o mesmo: Suzane chegava tarde em casa e tentava entrar com Daniel. O pai impedia. E começava o bate-boca.

Na terça-feira passada, Suzane, Daniel e seu irmão, Cristian, de 27 anos, foram interrogados em audiência pública no Plenário do Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Diante de um juiz, os três relataram em detalhes como planejaram o assassinato de Manfred e sua mulher, Marísia. O interrogatório pouco acrescentou ao que já se sabia do crime que há um mês chocou o país por envolver uma adolescente bem educada, inteligente e bonita que se revelou capaz de premeditar a morte dos próprios pais. Mas os depoimentos dão pistas de como uma família de classe média se enredou numa tragédia. Durante 30 dias ÉPOCA conversou com amigos, parentes, vizinhos e colegas de trabalho da família Richthofen. Os relatos obtidos descrevem uma menina que, aos poucos, foi se perdendo dos pais. Até chegar ao ponto de preferir matá-los para ficar com o namorado e a herança que imaginou receber.

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